A ansiedade é conhecida como uma preocupação excessiva, que
dependendo do tempo de duração e dos sintomas que se desdobram, pode se agravar
em um Transtorno. O lugar de responsabilidade e cuidados sobre outra vida gera uma certa ansiedade para que
tudo caminhe bem e tenha bons resultados futuros. Mas e quando a cobrança deixa
de ser saudável? A ansiedade dos pais para que seus filhos sejam o que eles
esperam no futuro, pode gerar sofrimentos e muitas vezes sintomas.
Vivemos em um mundo globalizado, onde a agilidade que
facilita a vida também a atrapalha. Se em outra geração as crianças eram
obrigadas a esperar seu desenho iniciar na televisão, a carta chegar ao
destino, hoje existe a possibilidade de “um clique” resolver tudo em alguns
instantes. Essa facilidade agiliza a vida! A questão é que também nos faz
perder a paciência com o ciclo natural das coisas. Isso mesmo! Somos adultos
que precisam dar resultados positivos o tempo todo, em todas as áreas da vida.
Como isso é impossível, a preocupação com estes resultados positivos nos faz viver
ansiosos com o futuro e não passar de forma proveitosa o presente, que
rapidamente sumirá de nossa percepção. Essa ansiedade em concluir algo, faz o
indivíduo muitas vezes iniciar várias coisas, se desmotivar com o processo e
não concluir nada. Isso vira um ciclo desmotivador e adoecedor.
A ansiedade dos adultos se reflete diretamente na vida das
crianças, que já tem seu tempo compartimentado e entram na lógica da pressa dos resultados. É
como se os pequenos tivessem que aprender a ser adultos e não pudessem vacilar nesta missão! Precisam
estar sempre dispostos e ser os melhores sempre! Vivem cheios de horários e
compromissos. Muitas delas já somatizam. São crianças ansiosas, que não sabem
perder, que não sabem esperar, que não sabem diferenciar autoridade. Cobranças
difíceis de alcançar, pois são ó crianças e respondem deste lugar. É preciso
que a infantilidade dos adultos não apresse em amadurecer as crianças. Pois
existe neste sintoma ansioso uma dificuldade de percepção por parte dos pais de
que a criança não está acompanhando o que está sendo demandado dela. Lembrando que sintoma não é doença, mas um reflexo de que algo não vai bem. É
necessário um olhar mais cuidadoso para a fase da infância nos dias de hoje. As
fases são necessárias e vividas de forma singular. É necessário que a percepção
se ocupe mais do presente e viva cuidando para que exista um bom futuro, mas
não presa a ele.